Árvore de copa baixa, de 5 a 10 metros de altura, com galhos retorcidos e folhas verdes, alternadas e de formato oval. Possui flores pequenas, perfumadas com tonalidade variando de vermelho a púrpura, dispostas em cachos. Os frutos são escuros (castanhas), de tom marrom-acinzentado em forma de rim, e o pedúnculo é carnoso, suculento e aromático de cor amarelo a vermelho. Nativo do Brasil, especialmente na região Nordeste, nos estados do Maranhão, Piauí e Ceará.
Ficha Técnica
Nome popular: Cajueiro
Nome científico: Anacardium occidentale L.
Família: Anacardiaceae
Sinônimos Populares: Acajaíba, acaju.
Sinônimos Científicos: Acajuba occidentalis (L.) Gaertn
Parte Usada
Folhas, casca do caule, fruto (castanha) e pseudofruto (pedúnculo floral carnoso e suculento)
Forma de Uso
- Alimentício
- Medicinal
Saiba quais as formas e como preparar a planta medicinal
Uso Interno
- Infusão
- Decocção
Uso Externo
- Escalda-pés
- Infusão
Posologia
Alimentício
Consumo do pedúnculo in natura, ou no preparo de doces, geleias, sorvetes e diversas bebidas, como a típica cajuína
Medicinal
Uso interno
- Suco: Recomenda-se ingerir 1 copo de suco de 3 a 5 vezes diariamente ou o pseudofruto ao natural entre as refeições nos casos de deficiência de vitamina C, eczemas, reumatismos, diabetes e como alimento nutritivo.
- Consumo da semente da castanha (castanha de caju): As sementes devem ser torradas para que percam a propriedade cáustica (de provocar queimaduras) podendo ser consumidas em pequenas quantidades (5 a 6 unidades), diariamente, como suplemento nutritivo em dietas de emagrecimento e para diminuição dos níveis de colesterol e triglicerídeos (açúcares) no sangue.
- Infusão: Colocar uma 1 colher de chá do pó da casca do caule do cajueiro em 1 xícara de chá de água em fervendo. Desligar o fogo e coar em uma peneira. Tomar 1 xícara de chá 2 vezes ao dia para diabetes, feridas e infecção da garganta.
- Decocção: Para casos de diarreia e disenteria recomenda-se colocar 3 colheres de sopa das folhas do cajueiro em 1litro de água fervente. Deixar ferver por 10 minutos e coar em seguida. Tomar 1 copo toda vez que evacuar. No caso de crianças, a dose deve ser reduzida à metade.
Uso externo
- Escalda-pés: Para cansaço nos pés e frieiras, ferver uma colher de chá da casca do caule do cajueiro em 1 litro de água por 15 minutos. Colocar o líquido em uma bacia e adicionar água quente.
- Infusão: Colocar 1 colher de sopa do pó da casca do caule em 1 copo de água em fervura. Desligar o fogo, deixando em repouso por 24 horas e coando em seguida. Recomendado para fazer bochechos, gargarejos ou para lavar feridas infeccionadas.
Ação
- Antidiabética
- Adstringente
- Antidiarreica
- Depurativa (facilita a eliminação de substâncias tóxicas ao organismo através da urina, fezes e suor)
- Tônica
- Antiasmática
- Antisséptica
- Anti-inflamatória
- Expectorante
- Vermífuga
- Diurética (provoca a eliminação abundante de urina)
- Digestivo
- Antiescorbútico (combate ao escorbuto, doença causada pela deficiência de vitamina C)
- Hipolipemiante (reduz os níveis de colesterol)
Indicações
- Fraqueza e debilidade
- Hemorroidas
- Asma
- Disenteria
- Diarreia
- Diabetes
- Aftas
- Cólicas intestinais
- Inflamações na garganta
- Eliminação de verrugas
- Deficiência de vitamina C
- Frieiras e cansaço nos pés
- Eczemas (inflamações na pele)
- Suplemento nutritivo
Precauções
O LCC (liquido da casca da castanha) pode causar forte irritação na pele deixando cicatrizes permanentes.
Contraindicações
Não foram relatadas contraindicações na literatura consultada.
Observações
- O verdadeiro fruto do cajueiro é a castanha, de onde é extraída a amêndoa, com 2,5 a 3,0cm de comprimento e 2,5cm de largura e de cor marrom-acinzentado. Após o desenvolvimento da castanha, uma região que sustenta a flor cresce para formar um “falso fruto”, ou pseudofruto, de formato característico e coloração vermelha e/ou amarela. A polpa é amarelo-claro, suculenta e de sabor levemente ácido e aroma agradável.
- A castanha é dividida em três partes: casca, película e amêndoa (comercializada com o nome de castanha de caju). A casca contem uma camada de aspecto esponjoso onde é encontrado o LCC (líquido da casca da castanha)6 que pode causar queimaduras e irritações na pele.
Curiosidades
- Em inglês, caju é denominado “cashew”, derivado da palavra portuguesa de pronúncia similar, “caju”, que por sua vez provém da palavra indígena “acaju”, do tupi “acaiu”. Na Venezuela o cajueiro é denominado ‘merey’, mas em outros países da América Latina é chamado ‘marañon’, provavelmente devido ao nome da região onde foi visto pela primeira vez, o estado brasileiro do Maranhão.
Referências
- LORENZI, H.; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
- VIEIRA, L. S. Fitoterapia da Amazônia: Manual de plantas medicinais.
- CORRÊIA, A. D. et al. Plantas Medicinais: do cultivo à terapêutica.Petrópolis: Editora Vozes, 1998.
- PINHO, X. L. Aproveitamento do resíduo do pedúnculo de caju (Anacardium occidentale L.) para alimentação humana” 2009. 85f. Dissertação (Mestre em Tecnologia de Alimentos) – Universidade Federal do Ceará, 2009. Disponível em: http://www.ppgcta.ufc.br/liviapinho.pdf
- OLIVEIRA, V. H. “Instituto Caju: Histórico”. Disponível em: http://www.cajunordeste.org.br/sobre-o-cajueiro/. Acesso em: 25 de junho de 2013.
- OLIVEIRA, V. H. “Cajucultura: Produtos Derivados”. Disponível em: http://www.cajucultura.com/derivados.html. Acesso em: 25 de junho de 2013.
- “Plantas Medicinais”. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo. Disponível em: http://ci-ciagri.usp.br/pm/ver_1pl.asp?f_cod=27. Acesso em: 25 de junho de 2013.
Tenha um excelente dia!
Todo o conteúdo do site Solaria é apenas para fins informativos e não substitui o trabalho de um profissional da saúde. Este artigo não se destina a fornecer aconselhamento médico, diagnóstico ou tratamento. Se você precisar de uma urgência médica, ligue imediatamente para o seu médico ou para o SAMU: 192.
Sobre o Autor
Equipe de especialistas da Solaria