A cana-do-brejo (Costus spicatus), também conhecida como cana-de-macaco no Brasil e em Portugal, é uma planta medicinal nativa das Américas tropicais, famosa por suas propriedades diuréticas e anti-inflamatórias. Popularmente utilizada na medicina tradicional, é indicada especialmente para aliviar problemas urinários e renais, além de suas aplicações no cuidado da pele e na redução de inflamações.
Benefícios para a Saúde
- Melhora da Saúde Renal: Atua como diurético natural, auxiliando no tratamento de cálculos renais, infecções urinárias e retenção de líquidos.
- Propriedades Anti-inflamatórias: Reduz processos inflamatórios, sendo indicada para aliviar dores articulares e musculares.
- Aliada no Controle Glicêmico: Estudos sugerem que o uso da cana-do-brejo pode ajudar a regular os níveis de glicose no sangue, sendo uma opção complementar para pessoas com diabetes.
- Cuidados com a Pele: Sua aplicação tópica pode ajudar no tratamento de feridas, picadas de insetos e irritações cutâneas, acelerando o processo de cicatrização.
- Ação Antimicrobiana e Antiparasitária: Auxilia no combate a infecções causadas por microrganismos e parasitas, contribuindo para a saúde geral.
Outros Usos
- Alívio de Problemas Digestivos: A infusão de suas folhas ou raízes é utilizada para combater indigestão e desconforto gástrico.
- Tônico Energético: Na medicina tradicional, é usada como tônico natural para revitalizar o organismo e combater o cansaço.
Efeitos Adversos
Embora geralmente segura, a cana-do-brejo deve ser usada com precaução em algumas situações:
- Contraindicações: Não recomendada para gestantes ou lactantes, devido à falta de estudos conclusivos sobre sua segurança. Pessoas com insuficiência renal severa devem consultar um médico antes de utilizá-la.
- Reações Adversas: O uso excessivo pode causar desequilíbrios eletrolíticos devido ao seu efeito diurético.
- Interações Medicamentosas: Pode potencializar o efeito de medicamentos diuréticos, aumentando o risco de desidratação.
Formas de Preparo
Chá para Saúde Renal
Ingredientes:
1 colher (sopa) de raízes ou folhas secas de cana-do-brejo.
250 ml de água.
Modo de preparo:
Ferva a água e adicione as raízes ou folhas.
Tampe e deixe em infusão por 10 minutos.
Coe e consuma até 3 vezes ao dia.
Indicação: Ajuda a aliviar sintomas de infecções urinárias e cálculos renais.
Validade: Consumir no mesmo dia do preparo.
Decocção Anti-inflamatória
Ingredientes:
2 colheres (sopa) de raízes frescas picadas.
500 ml de água.
Modo de preparo:
Coloque as raízes na água e leve ao fogo até ferver.
Mantenha em fervura baixa por 15 minutos.
Coe e consuma até 2 vezes ao dia.
Indicação: Reduz inflamações articulares e musculares.
Cataplasma para Feridas
Ingredientes:
Folhas frescas de cana-do-brejo.
Modo de preparo:
Macere as folhas até formar uma pasta.
Aplique diretamente sobre a área afetada, cobrindo com um pano limpo.
Deixe agir por 20 minutos e enxágue.
Indicação: Auxilia na cicatrização e alívio de irritações cutâneas.
Ficha Técnica da Cana-do-Brejo
- Outros nomes populares: Cana-de-macaco, cana-do-mato, jacuacanga (Brasil); em Portugal, mantém o nome de cana-de-macaco.
- Nome científico: Costus spicatus.
- Nome em inglês: Spiral Ginger ou Costus.
- Raridade: Comum.
- Clima de ocorrência: Tropical e subtropical.
- Partes utilizadas: Raízes, folhas e caule.
- Altura da planta: Até 2 metros.
Como Plantar Cana-do-Brejo
- Local Ideal: Deve ser cultivada em áreas úmidas, preferencialmente próximas a rios ou brejos.
- Plantio: Escolha rizomas saudáveis e plante em solo fértil e úmido. Mantenha espaçamento de 50 cm entre as plantas.
- Rega: Rega constante, mantendo o solo sempre úmido, mas evitando o encharcamento extremo.
- Adubação: Adube com matéria orgânica, como esterco ou composto, a cada 3 meses.
- Pragas e Doenças: Pouco suscetível a pragas, mas o excesso de umidade pode atrair fungos. Use calda bordalesa como prevenção.
- Cultivo em vaso: É possível, desde que o vaso seja grande e mantenha boa retenção de umidade no substrato.
Curiosidades
- Na sua composição química é registrada a presença de inulina, ácido oxálico, taninos, sistosterol, saponinas, mucilagens e pectinas.
Tenha um excelente dia!
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Referências
- LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. – 2ª Ed. – SP: Instituto Plantarum, 2008. 222 p.
- MARTINS, E. R.; CASTRO, D. M.; CASTELLANI, D. C.; DIAS, J. E. Plantas Medicinais. – Viçosa: UFV, 2000. 179 p
- DE ALMEIDA, E.R.. Plantas Medicinais Brasileiras, conhecimentos populares e científicos. – 1ª Ed. – SP: Hemus, 1993. 12 p
Sobre o Autor
Fitoterapeuta
Fundador e Editor-Chefe da Solaria Saúde e Bem-Estar