O cajueiro (Anacardium occidentale), conhecido como cajú no Brasil e cajueiro em Portugal, é uma árvore tropical amplamente valorizada não apenas por seus frutos deliciosos, mas também pelas propriedades medicinais de suas folhas, cascas e frutos. Encontrado em países tropicais, o cajueiro é reconhecido como uma fonte rica de compostos bioativos com propriedades terapêuticas para a saúde bucal, digestiva e muito mais.
Benefícios para a Saúde
- Saúde Bucal: As cascas e folhas do cajueiro são tradicionalmente utilizadas como enxaguante bucal natural, auxiliando no combate à gengivite, aftas e mau hálito.
- Propriedades Antiinflamatórias: Contém taninos e flavonoides que ajudam a reduzir inflamações, especialmente no trato digestivo e na pele.
- Cicatrização de Feridas: O extrato de suas cascas é usado topicamente para acelerar o processo de cicatrização e reduzir o risco de infecções.
- Controle de Diabetes: Estudos indicam que o consumo moderado de folhas e frutos pode ajudar a reduzir os níveis de açúcar no sangue.
- Ação Antiparasitária: O cajueiro possui propriedades contra parasitas intestinais, auxiliando no combate a helmintos e outros organismos nocivos.
- Antioxidante Natural: Rico em vitamina C e compostos antioxidantes, combate os radicais livres e protege as células contra o envelhecimento precoce.
Outros Usos
- Fortalecimento do Sistema Imunológico: A castanha de caju, rica em zinco, fortalece as defesas naturais do corpo.
- Saúde Cardiovascular: O óleo extraído da castanha possui gorduras saudáveis que contribuem para a redução do colesterol LDL (ruim).
Efeitos Adversos
Embora o cajueiro seja seguro para a maioria das pessoas, algumas precauções são necessárias:
O LCC (liquido da casca da castanha) pode causar forte irritação na pele deixando cicatrizes permanentes.
Contraindicações: Evitar o uso em excesso por pessoas com alergia a frutos secos ou látex.
O consumo de casca e folhas deve ser feito com moderação para evitar irritações gástricas.
Reações Adversas: Em casos raros, pode causar reações alérgicas na pele ou problemas respiratórios em indivíduos sensíveis.
Interações Medicamentosas: Pode potencializar o efeito de medicamentos antidiabéticos, aumentando o risco de hipoglicemia.
Formas de Preparo
Chá para Saúde Bucal
Ingredientes:
1 colher (sopa) de casca de cajueiro.
200 ml de água.
Modo de preparo:
Ferva a casca em água por 10 minutos.
Coe e deixe esfriar.
Use como enxaguante bucal após as refeições.
Indicação: Gengivite, aftas e mau hálito.
Validade: 24 horas na geladeira.
Infusão Antiinflamatória
Ingredientes:
5 folhas frescas de cajueiro.
250 ml de água fervente.
Modo de preparo:
Lave bem as folhas e adicione à água fervente.
Tampe e deixe em infusão por 10 minutos.
Coe antes de consumir.
Indicação: Inflamações e desconfortos gástricos.
Validade: Consumo imediato.
Pomada Cicatrizante
Ingredientes:
2 colheres (sopa) de casca de cajueiro em pó.
50 ml de óleo de coco.
Modo de preparo:
Aqueça o óleo de coco e adicione o pó de casca.
Mexa até formar uma pasta homogênea.
Armazene em um recipiente limpo e aplique nas feridas limpas.
Indicação: Pequenas feridas e cortes.
Validade: Até 30 dias, armazenado em local fresco e seco.
Saiba quais as formas e como preparar a planta medicinal
Ficha Técnica do Cajueiro
- Outros nomes populares: Cajú (Brasil), cajueiro (Portugal e outros países lusófonos).
- Nome científico: Anacardium occidentale.
- Nome em inglês: Cashew tree.
- Raridade: Comum em regiões tropicais.
- Clima de ocorrência: Tropical e subtropical.
- Partes utilizadas: Folhas, cascas, frutos e castanhas.
- Altura da planta: Até 15 metros.
Como Plantar Cajueiro
- Local Ideal: Cultivar em áreas com boa incidência solar e espaço suficiente para o crescimento da árvore.
- Plantio: Utilize sementes frescas ou mudas saudáveis. Plante em covas de 50 cm de profundidade, com espaçamento de 6 metros entre as árvores.
- Solo: Solos arenosos e bem drenados, ricos em matéria orgânica. O pH ideal é entre 5,5 e 6,5.
- Rega: Regular no primeiro ano de crescimento; após isso, regas ocasionais são suficientes.
- Adubação: Aplicar adubo orgânico a cada 3 meses nos primeiros dois anos.
- Pragas comuns: Brocas e cochonilhas, controladas com óleo de neem.
- Doenças: Podridão das raízes em solos encharcados.
- Cultivo em vaso: Não recomendado, devido ao tamanho da árvore.
Observações
- O verdadeiro fruto do cajueiro é a castanha, de onde é extraída a amêndoa, com 2,5 a 3,0cm de comprimento e 2,5cm de largura e de cor marrom-acinzentado. Após o desenvolvimento da castanha, uma região que sustenta a flor cresce para formar um “falso fruto”, ou pseudofruto, de formato característico e coloração vermelha e/ou amarela. A polpa é amarelo-claro, suculenta e de sabor levemente ácido e aroma agradável.
- A castanha é dividida em três partes: casca, película e amêndoa (comercializada com o nome de castanha de caju). A casca contem uma camada de aspecto esponjoso onde é encontrado o LCC (líquido da casca da castanha)6 que pode causar queimaduras e irritações na pele.
Curiosidades
- Em inglês, caju é denominado “cashew”, derivado da palavra portuguesa de pronúncia similar, “caju”, que por sua vez provém da palavra indígena “acaju”, do tupi “acaiu”. Na Venezuela o cajueiro é denominado ‘merey‘, mas em outros países da América Latina é chamado ‘marañon‘, provavelmente devido ao nome da região onde foi visto pela primeira vez, o estado brasileiro do Maranhão.
Tenha um excelente dia!
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Referências
- LORENZI, H.; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
- VIEIRA, L. S. Fitoterapia da Amazônia: Manual de plantas medicinais.
- CORRÊIA, A. D. et al. Plantas Medicinais: do cultivo à terapêutica.Petrópolis: Editora Vozes, 1998.
- PINHO, X. L. Aproveitamento do resíduo do pedúnculo de caju (Anacardium occidentale L.) para alimentação humana” 2009. 85f. Dissertação (Mestre em Tecnologia de Alimentos) – Universidade Federal do Ceará, 2009. Disponível em: http://www.ppgcta.ufc.br/liviapinho.pdf
- OLIVEIRA, V. H. “Instituto Caju: Histórico”. Disponível em: http://www.cajunordeste.org.br/sobre-o-cajueiro/. Acesso em: 25 de junho de 2013.
- OLIVEIRA, V. H. “Cajucultura: Produtos Derivados”. Disponível em: http://www.cajucultura.com/derivados.html. Acesso em: 25 de junho de 2013.
- “Plantas Medicinais”. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo. Disponível em: http://ci-ciagri.usp.br/pm/ver_1pl.asp?f_cod=27. Acesso em: 25 de junho de 2013.
Sobre o Autor
Fitoterapeuta
Fundador e Editor-Chefe da Solaria Saúde e Bem-Estar