Plantas Medicinais

Conheça o Uso Medicinal da Babosa

É uma planta herbácea de até 1 m de altura. Ela possui folhas grossas, carnosas e suculentas, em formato de lança com espinhos, dispostas em rosetas presas a um caule muito curto. As folhas são ricas em mucilagem – que forma sumo viscoso, transparente. Na borda da parte interna das folhas ocorre uma secreção amarelada e amarga. Apresenta flores tubulosas de cor amarelo-esverdeada ou vermelha, em cacho. É de origem africana, sendo amplamente cultivada no Brasil com adaptação em quase todas as regiões do país.

Ficha Técnica

Nome popular: Babosa

Nome científico: Aloe vera (L.) Burm.f.

Família: Asparagaceae

Sinônimos populares: Aloé, erva-babosa, erva-de-azebre

Sinônimos científicos: Aloe barbadensis Mill., Aloe perfoliata var. vera L.

Partes Utilizadas

  • Folhas
  • Gel

Forma de Uso

  • Ornamental
  • Medicinal

Uso Interno

  • Maceração
  • Suco
  • Resina (mucilagem após a secagem)
  • Tintura
  • Uso Externo
  • Gel
  • Supositórios
  • Cataplasma
  • Tintura
  • Sumo
  • Fito-cosmético
  • Xampus
  • Condicionador

Posologia

Medicinal

Uso Interno

  • Maceração: folhas maceradas com açúcar para combater bronquite e tuberculose pulmonar.
  • Suco – suco fresco das folhas é utilizado como anti-inflamatório, vermífugo e no alivio de dores de cabeça.
  • Resina: Deixar as folhas penduradas com a base cortada para baixo por um ou dois dias para escorrer o sumo. Secar o sumo ao fogo ou ao sol até ficar quebradiço e depois torna-lo em pó. Tomar 0,1 a 0,2 g do pó dissolvido em água com açúcar, como laxante.
  • Tintura: Utilizar 2,5 grs. da resina em 100 ml de álcool a 70º GL. Deixar em um recipiente fechado, em local quente, durante 7 dias. Depois filtrar a tintura obtida e completar o volume restante para 1 litro. Pode ser usado de duas maneiras: como estomacal (5 a 10 gotas dissolvidas em ½ xícara de água com açúcar) e como laxante (20 a 40 gotas dissolvidas em ½ xícara de água com açúcar).

Uso Externo

  • Gel: cortar a folha fresca ao meio (sentido do comprimento) raspar o gel interno com uma faca e aplicar diretamente em queimaduras, pele ressecada, feridas, alergias e irritações da pele, eczema, infecções por fungos etc.
  • Supositórios: com o auxilio de um aplicador vaginal ou uma seringa descartável cortada, cortar pedaços do gel transparente da parte interna da folha de forma apropriada e aplicar como supositório em caso de hemorroidas inflamadas.
  • Cataplasma: aplicar sobre queimaduras 3 vezes ao dia. 3
  • Tintura: Descascar 50 grs. das folhas para serem trituradas em 250 ml de álcool e 250 ml de água. Depois coar a tintura obtida. Utilizar sob a forma de compressas e massagens nas contusões, entorses e dores reumáticas.
  • Sumo: aplicar o sumo mucilaginoso das folhas frescas diretamente na pele como bactericida e fungicida.
  • Fito-cosmético
  • Xampus: para cabelos secos e anticaspa – até 30% de gel fresco.
  • Condicionador: misturar 10 ml (2 colheres de sopa) do gel com 120 ml de infusão padrão de camomila. Depois passe no cabelo.

Saiba quais as formas e como preparar a planta medicinal

Ação

  • Anti-inflamatória;
  • Cicatrizante;
  • Laxativa/Purgativa (facilita/acelera a evacuação, aumentando o volume das fezes ou provocando o movimento dos intestinos);
  • Vulnerária (que estimula a recuperação de tecidos, facilitando o processo de cicatrização em feridas, ulceras e queimaduras);
  • Antiqueda de cabelos;
  • Emoliente (ação calmante para a pele e outros tecidos que estejam inflamados ou irritados);
  • Vermífuga (anti-helmíntico – contra vermes intestinais);
  • Bactericida;
  • Fungicida;
  • Inseticida;
  • Anticaspa;
  • Refrescante;
  • Resolutiva (combate a inchaços e inflamações);
  • Colagoga (provoca a secreção biliar);
  • Tônica (reduz a fraqueza e a sensação de cansaço, estimula a produção de células e recupera os tecidos que sofreram danos);
  • Sedativa (modera a ação excessiva de um órgão – calmante) e calmante (reduzem a excitação nervosa);
  • Emenagogo (provoca ou aumenta o fluxo menstrual);
  • Febrífuga (ajuda a combater ou reduzir a febre);
  • Abortiva.
  • Antioftálmica (combate a inflamação do globo ocular acompanhada de vermelhidão da conjuntiva e dor);
  • Hipoglicemiante (para animais diabéticos não dependentes de insulina);
  • Umectante (retém a umidade);
  • Estomáquica (combate disfunção estomacal).

Indicações

  • Tratamento de queimaduras da pele;
  • Tratamento de feridas e ulceras da pele;
  • Inflamações na pele (eczema, psoríase, acne, coceiras ou alergias);
  • Infecções na pele por fungos, bactérias (ex. erisipelas, pé-de-atleta);
  • Tratamento do cabelo (fortalecedor do couro cabeludo; contra caspa e contra queda de cabelo);
  • Entorses, contusões;
  • Contusões, entorses (edema) e dores reumáticas;
  • Calmante de retites hemorroidais;
  • Estimular a produção da bile;
  • Tratamento de constipação crônica e atônica;
  • Melhorar o apetite;
  • Aliviar problemas digestivos;
  • Tratamento de amenorreia (aumentar o fluxo menstrual);
  • Picadas de insetos;
  • Pele ressecada;
  • Tuberculose pulmonar e bronquite;
  • Alivio de dores de cabeça;
  • Enfermidades dos olhos;
  • Febre.

Precauções

Evitar o uso prolongado da babosa, pois causa hipocalemia (nível baixo de potássio no sangue), diminui a sensibilidade do intestino, necessitando aumento gradativo da dose, ocasionando assim o aparecimento de hemorroidas.

A administração de doses acima das recomendadas dos remédios preparados com essa planta (lambedores, xaropes) pode causar grave crise de nefrite aguda, provocando, especialmente em crianças, intensa retenção de água no corpo que poderá ser fatal.

Contraindicações

  • Não deve ser administrado por pacientes com doença inflamatória do cólon, apendicite, obstrução intestinal, dor abdominal, náusea ou vômito.
  • O uso da babosa é contraindicado durante a gravidez e lactação, pois ela é considerada abortivo, e as substâncias que ela possui podem ser secretadas no leite materno, sendo transmitidas para o bebê.
  • Não deve ser ingerida por mulheres durante o período menstrual nem por pacientes em estados hemorroidários.
  • É contraindicado o seu uso interno em crianças.

Observações

  • Apenas as folhas bem desenvolvidas devem ser utilizadas.

Curiosidades

  • A babosa é uma das plantas de uso tradicional mais antigo, onde os judeus envolviam os mortos com lençóis umedecidos com seu sumo, retardando assim a decomposição dos corpos (putrefação).
  • Alguns povos asiáticos utilizam a polpa macerada com açúcar ou mel na alimentação.

Referências

  1. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. – SP: Instituto Plantarum, 2002. 512 p.
  2. DI STASI, L. C.; HIRUMA-LIMA, C. A. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. – 2ª Ed. – SP: Editora UNESP, 2002. 604 p.
  3. MARTINS, E. R.; CASTRO, D. M.; CASTELLANI, D. C.; DIAS, J. E. Plantas Medicinais – Viçosa: UFV, 2000. 220 p.
    60
  4. BARNES, J.; ANDERSON, L. A.; PHILLIPSON, J. D. Fitoterápicos – 3ª Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2012. 720 p.
  5. TESKE, M.; TRENTINI, A. M. M. Herbarium Compêndio de Fitoterapia – 4ª Ed. – Curitiba: Herbarium Lab. Bot. Ltda, 2001. 317 p.
  6. CURTIS, S.; GREEN, L.; ODY, P.; VILINAC, D. O Livro de Receitas das Ervas Medicinais – SP: Publifolha, 2011. 352 p.

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